24.9.13

(ISTO)

Encontrei isto numa caixa entre guardanapos de papel e cordéis velhos. Tudo tão velho que as bolas de naftalina pareciam adoçantes para o chá e o bicho da prata tinha voltado ao repasto.
Não sei se cheguei a enviar isto a alguém. Mas se isto é um rascunho, pode ter seguido por carta ou por "desenho" (era assim que geralmente acontecia).
Como me esqueci a quem queria dizer tudo isto fico consciente que a memória sempre me protegeu e que foi nela, a selectiva, em quem eu sempre confiei. Agora, que já disse tudo sobre a coisa e o lugar, passo a escrever o que diz no papel que encontrei:












Quanto a isto, só posso acrescentar que o resto é conversa.

23.9.13

Primeira semana | Residência IFITRY I Marrocos












(morri pela beleza) - 3


E assim, como parentes próximos, uma Noite -
Falámos de uma Casa para outra -
Até que o Musgo nos chegou aos lábios -
E cobriu - os nossos nomes -

Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice

22.9.13

Dimanche | (morri pela beleza) - 2


Perguntou baixinho "Por que morreste?"
"Pela Beleza", respondi -
"E eu - pela Verdade - Ambas são iguais -
E nós também, somos Irmãos", disse Ele -


21.9.13

(morri pela beleza) - 1

Morri pela Beleza - mas mal me tinha
Acomodado à Campa
Quando Alguém que morreu pela Verdade,
Da Casa do lado - 

20.9.13

(completa)

A Ausência Desincorpora
A Ausência desincorpora - e assim faz a Morte
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor -
A Ternura diminui à medida que a experimentamos -

Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice